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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Você sabe o que é, quimbanda (macumba), umbanda, candomblé e orixás?


Quimbanda (Macumba)

A Quimbanda, também conhecida pelos leigos como macumba, é uma ramificação da Umbanda que pratica a magia negra . Embora cultuem os mesmos Orixás e as mesmas entidades, se sirvam das mesmas indumentárias, e tenham em seus terreiros semelhanças muito marcantes tais como a presença de gongá repleto de imagens dos santos católicos simbolizando os orixás, caboclos e pretos velhos, existem entre as duas religiões diferenças fundamentais e decisivas. Uma delas é que na Quimbanda são realizados despachos com animais como galos e galinhas pretas por exemplo, pólvora, objetos da pessoa a quem se quer prejudicar, dentes, unhas ou cabelo de pessoas ou animais. Estes despachos costumam-se realizar à meia-noite em locais como encruzilhadas e cemitérios. Outra prática bastante freqüente que também se encontra presente no vodu haitiano sob o nome de paket é o envultamento. Este, diz respeito à construção de um boneco de pano ou qualquer outro material, desde que pertencente à pessoa a quem quer se prejudicar, e a seguir alfinetes ou pregos são utilizados para transpassar o corpo da imagem.
Os quimbandeiros têm como ponto principal de seu culto a invocação de Exus que na Quimbanda são considerados espíritos das trevas, uns já em estado de evolução, e outros, denominados quiumbas, espíritos atrasadíssimos e que por isso também são chamados obsessores. Existem muitos Exus: Exu das Almas, Exu Caveira, Exu das Matas, Exu Tranca Rua. Existem de igual forma, Exus femininos, como é o caso de Maria Padilha, Pombagira Mulambo, Cigana, entre outras. Uma das práticas mais conhecidas da Quimbanda é a Gira dos Exus, ou Enjira dos Exus, cerimônia realizada, via de regra à meia noite, na qual diversos Exus incorporam nos médiuns e passam a dançar, beber, fumar, utilizando-se de uma linguagem bastante grosseira.

Umbanda

A Umbanda é uma religião resultante do sincretismo afro-católico-indígena que foi fundada em Niterói, no Rio de Janeiro, em 1908 por Zélio Fernandino de Moraes. Este, após curar-se de uma paralisia considerada pelos médicos como irrecuperável, foi tomado por uma grande força espiritual, resolvendo a partir de então instituir o culto. O Caboclo das Sete Encruzilhadas, entidade que presidiu a primeira reunião, foi quem escolheu o nome Allabanda, que modificado posteriormente para Aumbanda, que em sânscrito significa “Deus ao nosso lado” ou “o lado de Deus”. Foi somente tempos depois, provavelmente por um erro de grafia, que o nome passou a Umbanda. Para esta religião, como em muitas outras, existe uma Tríade, constituída por Tupã, o Criador, Oxalá, o filho de Deus e Iemanjá, a deusa do amor. Essas três entidades superiores são, respectivamente, derivadas do sincretismo indígena, católico e africano.
A Umbanda trabalha com sete linhas que são faixas de vibração espiritual a qual é representada e chefiada por um orixá. Cada linha é subdividida em Falanges, que por sua vez se subdivide em subfalanges, que se dividem em bandas. As bandas se ramificam em sete legiões que se repartem em sete sublegiões e estas, por fim se subdividem em sete povos. A primeira linha é chefiada por Oxalá e também é denominada linha de Santo porque abrange os santos da Igreja Católica em geral. A segunda é a linha de Iemanjá que engloba as ondinas, caboclas do mar e outras entidades relacionadas à água. A terceira, do Oriente ou de São João Batista, é formada por médicos, sacerdotes, hindus, etc. A linha de Oxóssi é a composta de caboclos e caboclas, ou seja índios, e é comandada por São Sebastião. Na quinta linha, a de Xangô-Agodô, comandada por São Jerônimo, trabalham Santa Bárbara, caboclos e pretos-velhos.A sexta linha é a linha de Ogum ou São Jorge, que lidera caboclos, pretos-velhos e soldados romanos.Por fim, a sétima linha é a linha Africana ou de São Cipriano, onde trabalha todo o povo das Costa do Congo, de Angola e de todo povo da África.
A Umbanda é uma religião de culto material, baseada na mediunidade, na magia, com seus rituais e liturgias próprias. Dentre estes destacam-se o ponto riscado e o ponto cantado.O primeiro é a utilização de um desenho riscado com giz denominado pemba pelos umbandistas, que dependendo da forma e da cor serve para chamar determinada entidade ao mundo material. Já no segundo caso, que é uma espécie de prece evocativa cantada, existem diversos tipos. Há os pontos de louvor, utilizados apenas para homenagear determinada entidade ou abrir os trabalhos; os pontos de descidas, cantados para chamar os orixás para que desçam para incorporar o médium, e os pontos de subida entoados para a desincorporação. Os médiuns são também denominados “cavalos” ou “aparelhos” e os cultos são realizados em Terreiros ou Centros embora seja freqüente a realização de oferendas nas florestas, praias e fontes de água.
A Umbanda obedece a diversos rituais que, além dos já citados, incluem: os banhos de ervas, considerados sagrados; defumações com incensos; o uso de velas e de bebidas alcoólicas; e os famosos passes, onde o médium utiliza a fumaça de seu charuto ou cachimbo e da imposição de suas mãos nas costas, na frente e nos braços da pessoa, realizando movimentos de cima para baixo, no intuito de neutralizar as más influências que porventura possa estar sofrendo o indivíduo.

Candomblé

É um culto afro-brasileiro.Há muitos tipos de candomblés, que perpetuam tradições diferentes,graças à influência das diversas nações africanas, representadas no Brasil pelos negros que aqui aportaram à época da escravatura. Dentre todos os Candomblés existentes, o de Angola, de Caboclo, do Congo, de Quêto e de Ewe, é o do rito Nagô que atualmente se destaca e predomina dentre todos os outros e é por esse motivo que foi o escolhido para ser abordado aqui.
Das centenas de Orixás existentes inicialmente na África Negra, somente alguns subsistem hoje no candomblé brasileiro:Oxalá, Nanã, Iemanjá, Xangô, Ogun, Iansã, Oxum, Obá, Oxóssi, Oxumarê, Omolu-Obaluaiê, Euá, Iroko, Logunedé, Ossâim, Ibêji, Ifá, Baiani e Exu, aos quais é dedicada, em datas específicas uma festa especial. A primeira etapa da cerimônia em homenagem a um Orixá consiste do sacrifício.No sacrifício, mata-se um animal de duas ou quatro patas, que pode ser galinha, pombo, cabra, bode, carneiro, porco, galo, tatu, cágado, variando também a cor, branco ou preto, dependendo da preferência do deus que está sendo homenageado na cerimônia. A matança é realizada por um sacerdote denominado de achôgun ou achégun, que, na verdade precisa sacrificar dois animais, já que durante o ritual serão realizadas duas oferendas uma dedicada a Exú, e outra ao santo celebrado na ocasião.
O achôgun precisa seguir com meticulosidade e precisão determinados rituais, porque sem eles,o sacrifício e a oferenda, etapa seguinte da festa, perderiam por completo seu valor, não sendo aceito pelos deuses.A seguir, o animal sacrificado, vai ser preparado pela cozinheira, iyá-bassê ou abassá que também preparará as outras iguarias preferidas para os demais orixás que participarão da festa.
Dessa forma, a moela, fígado, coração, pés, asas, cabeça e o sangue do animal sacrificado são destinados ao santo da festa e, para xangô, o amalá, para Oxun, o xinxin de galinha, e assim por diante.Os fetiches, que são as pedras sagradas, consideradas como residência temporária dos deuses, precisam também receber oferendas e alimentos para que a força dinâmica e o poder dos orixás possa ser neles fixada.A esse processo de firmação das energias dos deuses dá-se o nome de assentamento e é justamente com esse intuito que são depositados juntos aos objetos mágicos a parte que restou do animal sacrificado e que não foi utilizada no preparo para a oferenda dos deuses.A terceira etapa, o padê de Exú, é sempre realizada à noite e coincide com o momento em que a cerimônia se torna pública, pois até essa etapa do ritual somente alguns integrantes da seita são autorizados a assistir.No padê pede-se a Exú, considerado um mensageiro, um intermediário entre os deuses e os homens, que vá levar aos orixás o chamado dos homens.É por esse motivo, que essa fase da cerimônia também recebe o nome de Despacho de Exú onde além dos cantos e danças, é realizada a oferenda a de um animal de duas patas que já foi morto e preparado anteriormente.
Feito isso, se inicia o toque dos tambores, rum, rumpi, e ié, que, juntamente com os cânticos característicos de cada entidade, também denominados pontos de chamada, invoca os Orixás para que desçam ao terreiro e incorporem nos médiuns, que no candomblé e na umbanda recebem o nome de “cavalo”.Os Orixás descem obedecendo uma ordem fixa e pré determinada denominada de xirê.A cerimônia prossegue com todas as entidades reunidas, dançando e, eventualmente dando conselhos até que se iniciam os cânticos de unló,isto é, os pontos que solicitam que os Orixás desçam de seus cavalos e voltem para o mundo astral.O chefe do terreiro chama-se Babalorixá se for homem e Ialorixá se for mulher.
A confraria do candomblé é formada também pelos filhos de santo e pelos ekedy ou ogan.Estes se referem à moça ou o rapaz que formam o conjunto de pessoas que participam das cerimônias como auxiliares dos filhos de santo e que, portanto, não podem cair em transe.Já os filhos de santo, são na maioria das vezes mulheres, também são chamadas de iaô e têm a função de incorporar as entidades.Para se tornar uma iaô, é necessário se submeter a um longo e complexo ritual de iniciação que começa com a tiragem dos búzios para saber a que santo pertence a pessoa, passando pela manifestação do orixá, raspagem dos cabelos, banho com as ervas do santo, corte no alto da cabeça (cura), banho de sangue animal e outros procedimentos que duram em torno de três meses.

Orixás

São divindades originárias da região de Yorubá, África Ocidental, que atuam como intermediárias entre Olórun, o Deus Supremo dos iorubá e os homens.Na África eram em número superior a 200, mas no candomblé ficaram reduzidos a 16 e na Umbanda a cerca de 8.Dentre eles, destacam-se Oxalá, Iemanjá, Nanã, Xangô, Iansã, Oxum, Ogum e Oxóssi. Oxalá é o deus da vida, uma das divindades superiores que compõe a Santíssima Trindade como filho do Criador, Olórum, o Deus supremo.Nesse sentido, é também denominado Obatalá.Rei dos Orixás, preside a regeneração, a transformação e o aperfeiçoamento.Sincretizado como o Sr do Bonfim, este Orixá é representado em duas formas:Oxalufan e Oxaguian.Oxalufan é o Oxalá velho, bondoso, que o peso dos anos fez com que suas costas se curvassem.Oxaguian é o Oxalá guerreiro,cheio de vitalidade, símbolo da mocidade, às vezes sincretizado como Menino Jesus.Sua indumentária é saia e blusa branca, coroa de rei, corações prateados pendurados na cintura.Sua comida é ebô de milho branco e acaçá insossos, pois este Orixá não come sal.Seu dia é a sexta-feira, seu dia de festa, 29 de junho e sua saudação Epa Babá.
Iemanjá, cujo nome significa “mãe cujos filhos são peixes ” é a rainha das águas.É conhecida também pelos nomes de Janaína, Sereia do Mar e Princesa de Aiucá. Orixá de rios e correntes, é considerada também como responsável pela gestação e procriação.É uma das três divindades da Santíssima Trindade da Umbanda.Devido ao sincretismo, foi associada a N.S. da Conceição e N.S. da Glória, entre outras, e o dia consagrado a ela é 8 de dezembro, se está sincretizada com a primeira santa, ou 15 de agosto, se está associada à segunda santa. Entretanto, na umbanda também é costume homenagear Iemanjá na virada de ano, sobretudo nas cidades à beira mar como Rio de Janeiro e Santos e Niterói.Sua saudação é Odôiá.É representada com saia azul e blusa branca com coroa na cabeça.Sua comida preferida é o ebô de milho branco com mel, arroz, angu, peixes brancos, etc.
Nanã é também conhecida pelo nome de Nanã Burukê.É a Orixá mais velha, que, dentre as orixás femininas é a mais respeitada e a de maior conhecimento.É relacionada à chuva, à lama, mantando também associações com a morte.Saudada com a expressão Salubá, seu dia da semana é terça feira e seu dia de festa é 26 de julho, pois sincretiza-se com Sant’Ana.É representada com indumentária branco e azul escuro ou roxo e sua comida preferida é o anderé, milho branco, inhame, arroz, etc.
Xangô é um dos filhos de Iemanjá e marido de Iansã, Obá e Oxum. Orixá forte e poderoso, é viril e atrevido e, como é sincretizado como São Jerônimo, amante da justiça.Governa o raio e o trovão e talvez seja por isso que a indumentária que o representa seja feita nas cores vermelho e branco.Além disso, leva na mão um machado de cobre denominado oxê.Seu dia de festa é o dia de São Jerônimo, 30 de setembro, seu dia da semana é quarta-feira, e sua comida favorita, caruru.É saudado pela expressão Kauô Kabiecile.
Iansã divindade feminina de temperamento dominador e apaixonado é considerada guerreira por causa de sua grande coragem.Uma das esposas de Xangô é rainha dos ventos, dos raios, dos trovões e do fogo. É o único orixá capaz de enfrentar e dominar os eguns, ou seja, os espíritos e almas dos mortos que voltam à Terra em determinadas circunstâncias.É representada vestida de saia vermelha ou vermelha e branco com muitos acessórios e adereços vermelhos além de espada de cobre, sua comida é o carajé, amalá, arroz, milho branco e feijão fradinho.Seu dia da semana é quarta-feira, sua saudação Epahei!.Considera-se o 4 de dezembro como o seu dia de festa de Iansã que foi sincretizada com Santa Bárbara.
Oxum é Orixá feminina das águas doces, uma das esposas de Xangô.Exerce o poder da fecundidade e é responsável pelo sucesso ou não dos empreendimentos.As mulheres costumam invocá-la para resolver suas questões sob o apelido de “Minha Mãe Feiticeira”.É vaidosa, ciumenta e gosta de ser presenteada com perfumes e bijuterias.Sua festa depende do santo sob o qual é sincretizada:N. S. Das Candeias, na Bahia o dia é no 2 de fevereiro e N. S Conceição, no Rio de Janeiro é no dia 8 de dezembro.Suas vestes são da cor amarelo e branca, com pano amarelo às costas, segurando nas mãos uma espada e um abebé de latão.Seu dia é sábado, sua comida favorita o omolucum e sua saudação Eri ierê ô.
Ogum é um Orixá masculino, que governa a guerra, as armas, as demandas e os metais.Sincretizou-se com São Jorge no Rio, onde é festejado no dia 23 de abril e com Santo Antônio na Bahia, sendo ali sua festa realizada em 13 de junho.Veste calça e saia azul escuro, capacete e espada de metal, seu dia da semana é quinta-feira.Adora feijões preto e fradinho, inhame e acarajé.É recebido pela expressão Ogunhê.
Oxóssi é o orixá da caça que chefia a linha de caboclos e caboclas, entre eles Urubatá, Araribóia, Caboclo das Sete Encruzilhadas, Cabocla Jurema, etc.Ele é símbolo da vegetação, protetor das causas difíceis, guardião dos alimentos e remédios.No Rio de Janeiro e Porto Alegre é sincretizado com S. Sebastião e festejado por isso em 20 de janeiro;na Bahia é sincretizado com S. Jorge, cujo dia de festa é 23 de abril.Seu dia da semana é quinta feira, sua comida predileta o axoxó, feijão fradinho torrado, inhame e arroz.Sua roupa é azul e verde no candomblé e na Umbanda verde.Usa ainda um capacete de metal prateado, couraça prateada e na mão leva um arco e flecha denominado ofá além de um iruquerê, espécie de cabo de madeira, osso ou metal com uma cauda de cavalo presa.É saudado com a expressão Okê.
 Fonte: CACP