1 – O jornal A
TRIBUNA*, traz a notícia abaixo. Quem é Iemanjá? É uma figura histórica ou se
trata de uma lenda?
Resposta: Ela vem
do mito original africano, da lenda portuguesa da moura encantada, e das
tradições indígenas da mãe d’água. É também considerada a Rainha das Bruxas e
de tudo que vem do mar, assim como pode ser também comparada à deusa Ísis. Na
África, Iemanjá é associada à fertilidade e fecundidade. Nas lendas antigas
antecederam Iemanjá: as Sereias do Mediterrâneo, que tentaram seduzir Ulisses;
as Mouras portuguesas; a Mãe D’água dos iorubanos; ao nosso primitivo Igupiara;
as Iaras e o Boto. E, neste longo caminhar, a própria personalidade desta
deusa.
2 – Qual o significado
do nome Iemanjá?
Resposta: O nome
Iemanjá: iya = mãe; Omo = filho; Eja = peixe. Dia da semana: Sábado.
Cores: branco e azul (cristal translúcido). Saudação: O doiá! (odo =
rio). Elemento: água. Domínio: mar, água salgada. Instrumento:
abebê (espelho). Deusa da nação de Egbé, nação esta loruba onde existe o
rio Yemojá (Iemanjá). No Brasil, rainha das águas e mares. Orixá muito
respeitada e cultuada é tida como mãe de quase todos os Orixás. Por isso a ela
também pertence a fecundidade.
3 – Qual o tipo de
culto afro que homenageia Iemanjá?
Reposta: Iemanjá
é uma divindade do candomblé, como também da Umbanda. Orixá das águas, com
muitos correspondentes em outras religiões.
4 – Existe sincretismo
entre Iemanjá e algum santo católico?
Resposta: Sua
identificação na liturgia católica é “Nossa Senhora de Candeias”, “Nossa
Senhora dos Navegantes”, “Nossa Senhora da Conceição”, “Nossa Senhora da
Piedade” e “Virgem Maria”. Iemanjá é uma deusa abrasileirada, sendo resultado
da miscigenação de elementos europeus, ameríndios e africanos. Como tal, de
acordo com cada região que a cultua, recebe diversos nomes: Sereia do Mar,
Princesa do Mar, Rainha do Mar, Inaê, Mucunã, Janaína.
5 – Como se realizam
as festividades em sua homenagem?
Resposta: A festa
inicia-se às 10:00h, e a procissão tem a intenção de garantir a paz, a saúde e
a fartura da pescaria o ano inteiro. Também é festejado neste dia (devido ao
sincretismo), a festa de Nossa Senhora dos Navegantes (ou Candeias). Do mesmo
modo que varia seu nome, variam também suas formas de culto. A sua festa na
Bahia, por exemplo, é realizada no dia 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora das
Candeias. Já no Rio de Janeiro é dia 31 de dezembro que se realiza suas
festividades. As oferendas também diferem, mas a maioria delas consiste em
pequenos presentes tais como: pentes, velas, sabonetes, espelhos, flores etc. “Na
celebração do Solstício de Verão, seus filhos devotos vão às praias vestidos de
branco e entregam ao mar barcos carregados de flores e presentes. Às vezes ela
aceita as oferendas, mas algumas vezes manda-as de volta. Ela leva consigo para
o fundo do mar todos os nossos problemas, aflições e nos traz sobre as ondas a
esperança de um futuro melhor”.
6 – Que tipo de ajuda
ela oferece aos que a cultuam na condição de deusa?
Resposta: Ela é a
protetora dos pescadores, dizem seus seguidores. Além disso, acreditam que ela
leva todos os seus problemas e aflições, e traz sobre as ondas a esperança de
um futuro melhor.
7 – Depois do irmão
nos ter dado informações sobre a deusa Iemanjá, e o culto sincrético que ela
recebe ao lado de várias santas marias do culto católico, gostaria de ouvir do
irmão como isso deve ser visto à luz da Bíblia. O que diz a Bíblia sobre esse
tipo de culto prestado a essas entidades da religião afro e católica?
Resposta: Em
primeiro lugar vejo com muita tristeza que se divulgue no Brasil um tipo de
religião como se fosse folclore brasileiro. Folclore, como sabemos, é um
conjunto de tradições, conhecimentos ou crenças populares expressas em contos e
lendas. Isto nos faz lembrar o povo de Israel, quando saiu do Egito, e recebeu
a lei por meio de Moisés. Deus lhes deu preceitos contra a feitiçaria e a
idolatria, que era uma prática folclórica do povo de Canaã. Tanto contra a
idolatria, como também contra a feitiçaria, havia preceitos específicos para
que povo de Israel se colocasse longe de tais práticas (Dt. 5.8-9; 6.4-5;
18.9-12). O povo de Israel não obedeceu e isso foi a desgraça do povo (2Cr.
33.1-7). Vemos com tristeza o nosso povo tão envolvido nessas práticas
condenadas por Deus, que chegamos a perguntar: Como Deus pode abençoar nossa
nação, que vive longe dos seus desígnios? 2Co. 6.14-17 e Ap. 18.1-4 narram a
ordem divina.
*A TRIBUNA, de 31
de janeiro de 2005