O médium conhecido como João de Deus foi tema de uma reportagem de um programa de TV da Austrália, que investigou os rituais praticados na cidade de Abadiânia, em Goiás, e que atrai milhares de pessoas de todas as partes do mundo.
A conclusão do programa 60 minutes foi que o
autodeclarado médium não cura ninguém. Foram mostrados casos de pessoas que
buscaram a ajuda de João de Deus para superar problemas de saúde e terminaram
por ter seu estado agravado, ou pior, morrerem em decorrência da falta de
cuidados adequados.
“O mundo da medicina moderna não pode tolerar
esse comportamento de forma alguma”, observa o médico David Rosengren,
comentando os relatos de que João de Deus realiza práticas medievais, como a
inserção de tesouras ou pinças de profundidade em um nariz, além de raspar um
olho sem anestesia, dentre outros casos.
Alegando que incorpora espíritos de médicos já
falecidos, João de Deus diz não cobrar por suas consultas e “cirurgias
espirituais”, mas alcança renda em torno de US$ 16 milhões por ano, graças à
cobrança por “sessões terapêuticas” em sua “clínica”. Os supostos tratamentos
custam a partir de US$ 25, e podem ser uma garrafa de “água abençoada”, um
momento de relaxamento num “leito de cristal” ou ainda pílulas feitas de ervas
na “farmácia” do local.
Houve casos mostrados na reportagem da TV
australiana em que uma mulher com câncer de mama que procurou o “tratamento” de
João de Deus terminou por falecer em 2003. Outra senhora, que apelou para o
médium na tentativa de sair da cadeira de rodas, continua sem poder andar, e
para piorar, teve seu estado de saúde agravado.
“João de Deus é um homem que afirma fazer milagres
e curar os doentes. Ele se chama João de Deus, mas não há nada de divino nele.
Milhares de pessoas o procuram na esperança de uma cura para a sua dor, mas
acabam sendo esfolados na hora de pagar a conta. Ele se vende como a suposta
cura de Deus, mas não o faz de bom grado. Muito pelo contrário. Ele é um homem
de negócios parcimonioso que ganha dezenas de milhões de dólares com a fé e o
desespero alheio”, escreveu o jornalista William M. London no site da Fundação
Richard Dawkins.
Fonte: Gospel Mais
Nenhum comentário:
Postar um comentário